Classificação
Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e seus Componentes e
Formas de Classificação
A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade
e Saúde (CIF) é, sobretudo, um instrumento de comunicação desenvolvido pela
Organização Mundial de Saúde que possibilita o intercâmbio de dados entre
diferentes usuários em diferentes regiões e culturas. Entre seus objetivos
pode-se destacar: descrever estados de
saúde e condições relacionadas à saúde; melhorar a comunicação “entre profissionais de saúde,
pesquisadores, elaboradores de políticas públicas e o público, inclusive
pessoas com incapacidades”; “permitir a comparação de dados entre países, entre
disciplinas relacionadas à saúde, entre
serviços, e em diferentes momentos ao longo do tempo”.
A CIF ultrapassou as cercanias da saúde e pelas
possibilidades de aplicação (segurança social, trabalho, educação, economia,
política social, etc.) “foi aceita como uma das classificações sociais das
Nações Unidas, sendo mencionada e estando incorporada nas Normas Padronizadas
para a Igualdade de Oportunidades para Pessoas com Incapacidades.”
A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade
e Saúde é uma ferramenta clínica, estatística,
de pesquisa, de política social e
pedagógica.
A princípio pode-se afirmar que ela
classifica três aspectos fundamentais, isto é, a funcionalidade, a incapacidade
e a saúde, definindo-os, de modo geral, como segue: 1) a funcionalidade como a integridade funcional e estrutural do
corpo, uma vida ativa e participativa; ao contrário, 2) a incapacidade
como perda da integridade funcional e estrutural do corpo, a presença de limitação
na realização da atividade e a restrição da participação (envolvimento) na vida,
acentuados ou atenuados por fatores ambientais (barreiras e facilitadores); por fim, 3) a saúde em dois aspectos, os estados
de saúde e os relacionados à saúde, o primeiro representado pelas doenças
agudas ou crônicas, distúrbios, lesões ou traumatismos e o segundo por aquelas
condições “que, embora tenham uma forte relação com uma condição de saúde, não
são claramente uma responsabilidade principal do sistema de saúde”, ou seja,
educação, saneamento, transporte, habitação etc.
Segmentando ainda mais, a CIF
classifica os tipos de incapacidades, isto é, as deficiências, as limitações de
capacidade e as restrições de desempenho. O termo deficiência define alterações
ou problemas que afetam o corpo (funções e estruturas); o termo limitação de
capacidade define as alterações na realização de atividades (ex.: comunicação,
aprendizagem, autocuidado, etc.) em ambiente padronizado ou denominado de
ambiente de teste; o termo restrição de desempenho define as alterações na realização
das mesmas atividades, contudo, em situação real de vida, isto é, no ambiente
habitual da pessoa onde as barreiras e os facilitadores (fatores ambientais) contrastam
com o corpo, com o desempenho e com os fatores pessoais; o contexto.
A Classificação, de modo minucioso,
busca ainda tipificar a deficiência, a limitação de capacidade e a restrição de
desempenho aplicando-lhes qualificadores (adjetivos = qualidades), isto é,
trata-se de ofertar qualidades à deficiência, à limitação de capacidade e à
restrição de desempenho. Dessa forma, pode-se qualificar cada um dos três tipos
de incapacidade pela extensão do problema (amplitude do problema), ou seja, a
partir dos qualificadores oferecidos pela CIF, pode-se dizer de uma deficiência
LEVE ou MODERADA de uma dada função do corpo, de uma deficiência GRAVE ou COMPLETA
de uma dada estrutura do corpo e o mesmo ocorre nos casos da limitação de
capacidade e da restrição de desempenho ex.: limitação LEVE da capacidade;
restrição GRAVE do desempenho.
Ao processo de classificação pode
sobrevir a codificação, que é a comunicação via código de uma frase, por
exemplo, a frase - deficiência moderada da função da atenção – se dá
pelo código alfanumérico b140.2 (alfa = alfabeto) onde b significa função do
corpo, b1 função mental, b140 especificamente a função da atenção e b140.2,
isto é, com o acréscimo do número 2 após o ponto (.) significa que há uma
deficiência nessa função e que sua extensão é MODERADA. Os códigos no livro da
CIF estão organizados e ordenados (taxonomia) do geral para o específico.
A codificação é um processo que
facilita a computação dos dados (organização e remessa de dados para um
repositório), o tratamento estatístico deles, a redução da linguagem escrita em
prontuários e, entre outras, a descodificação permite uma tradução precisa das
informações para outras línguas;
essencialmente a comunicação.
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